domingo, 8 de fevereiro de 2009

Chegou o carnaval!

A rotina muda. No início os dias ganham cores e ar tenso é substituído pela ansiedade. Para muitos, o dia de “remexer o esqueleto” chegou. Confirmo com alguns amigos do exterior que o rótulo é realmente verdadeiro: o Brasil é conhecido como o país do carnaval.
Definitivamente não gosto dessa época do ano, excetuando os dias de folga no trabalho que são proporcionados aos pobres mortais, como eu.
Mulheres semi-nuas (bondade da minha parte), tornam-se deusas do asfalto e dos canais da televisão. O sexo é liberado e incentivado pelos intérpretes de canções nada melódicas. A “loira gelada” é implacavelmente a mais desejada pelos foliões, ou por quem é adepto a esse tipo de festa. Sem o efeito “dela” dificilmente alguém se arriscaria a pular nas ruas atrás dos trios-elétricos, carros alegóricos e dos grandes bonecos mascarados que se tornaram indispensáveis nesse irrisório espetáculo.
Jornalistas, fotógrafos e paparazzi, coitados, trabalham incansavelmente para conseguirem um furo, ou apenas para alimentar os desprovidos de coragem de sair às ruas. Como diz a velha heresia “a voz do povo é a voz de Deus”. Por isso, não perdem por um minuto o foco na aglomeração das pessoas saltitantes. O brasileiro quer estar atento a cada detalhe, a cada desfile, a cada gesto grotesco.
De repente, quando menos se espera, as cores se desbotam, o brilho das fantasias se apaga, o esgotamento é geral. O sonho acabou.
É preciso voltar para a casa, para quem se dispôs a enfrentar as multidões. É hora também de se redimir, afinal, apesar de contraditório, após os próximos quarenta dias o motivo da festa será outro...